Neila Barbosa de Oliveira Bornemann; Maria Inês Pagliarini Cox
2018
MÁRIO DE ANDRADE E A FALA BRASILEIRA
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Síntese
Gestos em favor da construção de uma identidade nacional se multiplicaram após a nossa emancipação política de Portugal no século XIX. Escritores, artistas, políticos, gramáticos e muitas personalidades da intelligentsia brasileira sustentavam, na cena pública, a bandeira de que nossa independência não seria completa se a nação recém-criada continuasse a se comportar como colônia cultural e linguística da metrópole portuguesa. Mal resolvida no século XIX, a questão da identidade nacional ressurgiu vigorosamente entre os modernistas, na metade do século XX. Dentre os modernistas, Mário de Andrade foi certamente o mais contundente na defesa de uma literatura brasileira, independente da portuguesa, no conteúdo e na forma de expressão. A abundância de textos acerca da alteridade linguística brasileira, trazendo à tona a polêmica entre legitimistas e separatistas, nos incita (e aos potenciais leitores desta obra) a um passeio pelo arquivo marioandralino, mediante as seguintes indagações: Como Mário de Andrade se posiciona na peleja pela construção de uma identidade linguística nacional? Como ele significa o acontecimento linguístico brasileiro em relação a lusofonia: uma língua outra ou uma norma outra? De que modo o com bate travado por ele com os defensores de uma lusofonia indivisa se inscreve na materialidade dos enunciados? Essas constituem algumas das questões que este livro buscou explorar, em convergência com o desejo de engrossar o movimento daqueles que, contemporaneamente, reconhecem a diversidade e a heterogeneidade como algo inerente à língua portuguesa e ousam combater o preconceito linguístico ainda reinante entre nós.