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VIVER E CONTAR

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Marcelo Brito da Silva

2023

VIVER E CONTAR

A obra, composta por diários de pesquisa, propõe uma análise dos diários de José Saramago, intitulados Cadernos de Lanzarote, tendo como operador de leitura os conceitos de autobiografia, diário e intimidade e o de “pacto autobiográfico”, formulado por Philippe Lejeune, pelo qual se admite a identidade afirmada no texto entre a pessoa real do autor, o narrador e o protagonista da narrativa. Numa abordagem que assume a precariedade da representação, visto que toda palavra é apoucamento, a pesquisa procura mapear, a partir da morfologia interna da obra, os usos principais que o autor faz desse gênero autobiográfico, a saber, o diário como estratégia de defesa, como exercício de comprazimento próprio, como catarse de emoções e como forma de construção de uma imagem pessoal, na qual dá relevância aos traços de frontalidade, compromisso, humildade e cepticismo. Do ponto de vista metodológico, a tese é animada pela ideia de crítica isomórfica proposta por Roland Barthes, constituindo diários sobre diários e, desse modo, um alinhamento de narcisos que permite ao leitor compartilhar revelações acerca das vivências pessoais do escritor e do próprio pesquisador. No que toca à teoria, o trabalho contempla a genealogia, as características e os limites do diário e procura explicar a ênfase biográfica que caracteriza nossa época.

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